segunda-feira, julho 26, 2004

Agradecimento

Agradeço a todos os que querem obrigar-me a deixar de acreditar.. assim só fazem com que me torne mais rebelde.

sexta-feira, julho 23, 2004

Ego

Observo o Cigarro que permanece enclausurado na sua efervescência luminosa e solto-me simultaneamente com as cinzas flutuantes e incógnitas.
Este gesto é pura poesia...nos fumaregos verdejantes encaro a realidade soturna, diligente e que se impõe por si só... a realidade sempiterna.

Respiro...respiro e entranho a revolta apenas suavizada pelo torpor do fumo.

quarta-feira, julho 21, 2004

Sombras bis

Mutismo implacável, ao sabor dos ruídos ensurdecedores, na confusão maravilhosa das sombras. Reconheço-me nos outros e os outros detestam-me por isso. Ou serei eu apenas que penso assim?
Vibro com a explosão das consciências múltiplas e individualizantes que sabem ter prevalência de mim em. Agrada-me por isso o silêncio do Som que está lá. Com o Som sou. No movimento ascético vivo o que os outros já viveram.
Opto pelo seguro que é o mais perigoso e o menos banal.

Nos meus arquétipos fingidos e permanentes vive um sentimento de mim em.

Sombras

Nas Sombras da multidão há um caminho de fuga
para a solidão sazonal
E nas estações da Vida
reside a sorte do improviso
Paralela às ocasiões imediatas
das fases de provocação exagerada.

Tocar o impossível torna-se um desejo
Amar a palidez dos Astros
é o mais acessível e reconduz à Humanidade.

Entronizar a indiferença
e suavizar o toque
Sonhando com uma dignificação inexistente
transforma-a na aparência das Contradições.

E nos Buracos Negros degradantes

terça-feira, julho 20, 2004

Mutante I

Apetece-me devorar cada célula do teu cérebro, até que os meus desejos sejam saciados.
 
Extasiado, sinto o instinto, imperturbável e permanente, sempre que o meu sangue pulsa com mais força nas veias.
 
Ajo de noite e a Cidade já não se pode esconder de mim... Uns olham-me com ar ameaçador e outros com receio, até que encontro os meus semelhantes e os reconheço pelo olhar vítreo e enganador... aparências e vícios é o nosso modo de vida... a nossa forma de escapar à realidade que há já muito tempo que não nos pertence.
 
Silencioso, movo-me e consigo cheirar a podridão e sinto-me feliz por tudo isto existir... Por isso sou Mutante na Alma, envelhecida prematuramente pelos gritos e experiências dos outros.
 
Não acreditas em mim?
 
Olha-me, olha para os meus olhos com profundidade e verás algo que é intemporal em todas as dimensões... O Mal.

domingo, julho 18, 2004

Nunka faxam ixu a ninguém

Revolta-me a insensatez usada quando se persegue um objectivo ou se deseja impôr algo que não deve ser imposto..tudo deve ser natural e não se deve prokurar a cedência komo vontade máxima..a minha únika revolta situa-se unikamente aí.
 
Depois disto prefiro não falar mais

Mutante II (ode ao "Minha Mãe")

Vem
Vem de noite
E entra no desvaire obtuso do prazer concretizado
Num comportamento ascético e divino
 
Torna-te Ateu
E viola os pecados
E desrespeita os Dogmas
Para te tornares Puro e Luminoso
 
Sentes alguma coisa?
Do nada vem o tudo
Sensações instrumentalizadas pelo Suplício
 
Doravante não te hei-de dar nada
Hei-de ser apenas humano e egoísta
Hei-de choramingar baixinho
Enquanto que a voluptuosidade invadirá a tua máquina pensante e o teu sexo
 
Não quero nada
Porque essa é a minha Crença

quarta-feira, julho 07, 2004

Ser Grande

Equilibrismo imperfeito
numa nudez simbólica
Torno-me grande
e sobre o mundo invoco-me..


segunda-feira, julho 05, 2004

Poema/Prosa (Paradoxo da escrita disparatada)

A surpresa evidenciada e transmitida pela mentira
é momentânea e transcendente às particularidades mundanas
e aos pequenos espaços criados pela imaginação

Atrai
e numa palavra só
experimenta a capacidade de reconhecer os verdadeiros paradoxos

Mata a inocência
Asfixia a pureza
Aniquila a confiança

Tristeza imutável
que nos sonhos se torna hipostasiada
sem conhecimento de causa real
e que devora qualquer resquício de optimismo

Tristeza volátil
sem qualquer controlo
porém transmite segurança e alívio
perante as dores partilhadas

Dos desvarios e das escolhas difíceis
Obstáculos à clareza e à sanidade da mente


sábado, julho 03, 2004

O grito de kem padece de sofrimento na alma

Um raio nunka volta a kair duas vezex no mesmo sítio..no entanto, as markas permanecem sempre lah e konseguem provokar uma dor komo se o raio estivesse sempre kair (por vezex ainda kom mais intensidade).

Existem feridas que demoram tempo a sarar e outras que nunka se fecham e aí eh que reside o grito de kem padexe de sofrimento na alma..da vítima, que sempre se kala por vergonha de demonstrar uma frakeza que não exixte (pk konseguiu sempre viver kom exa dor)..soh agora eh que eh kompreensível..

Mas a Obsessão pelo medo akaba por desaparexer para dar lugar ao Vazio.