terça-feira, janeiro 17, 2006

O desafio

Mesmo assim o friozinho na barriga não me impediu de te mostrar que ía conseguir. Na porta do moinho velho olhávamos os dois para o topo e, com voz desmistificada de desafio disseste-me "vamos subir até àquele ponto". Prontamente fui acedendo porque soube que estava ali um ponto de partida para o "vou ali porque ainda ali não fui e vou ali porque vou contigo".
Subimos degrau a degrau a escada partida pela degradação e quando esta acabou trepámos pela parede como se tivessemos aparência de aranhas. Tu situavas um pé aqui e ali e eu imitava a tua marca de acção. No fim. Num impulso de força. Tu puxaste-me. "Vives de impulsos", relembraste-me com esse gesto. A tua mão rodeou a minha matéria personificada pelo meu braço e assim num passo falso de movimento um último esforço. "Não me soltes". Num reflexo o meu pensamento produziu uma mensagem perturbante "não quero que me soltes. se não me sinto segura caio e nunca mais me levanto". Era alto. Muito alto o sítio onde me levaste. Quando lá chegámos pudemos sentar-nos no cimo das paredes do moinho desprotegido e olhar para baixo. Para o sítio do desafio.

2 Comments:

Blogger Pixe said...

contadora de historias... se calhar é por sermos todos "deficientes". Talvez não, depende tudo da nossa maneira de encarar as verdades e se as filtramos com a razão. "*" sillie!!!

3:43 da tarde  
Blogger Pixe said...

mas espera lá: se havia uma queda de tão alta que ela fosse, terias sempre o "harry potter" versao PC, para te ajudar.. :P played girl**

3:46 da tarde  

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