quinta-feira, outubro 07, 2004

Invasões Bárbaras

"...como uma flecha o som rasgou o espaço, e fez a ponte do tempo
De onde partiu? Onde chegará?
Vales, grutas, fragas, montanhas, planícies...
o espaço que se percorre na nómada procura da conquista, a Guerra, a morte pela busca da vida.
O território.
Bárbaro é o som da Terra. O sopro que faz vibrar a tíbia do Cordeiro imolado.
O som da cana que canta no odre e faz nodular os corpos vibrantes, secos, cor da terra à beira do Fogo.
Sagrado é o vento que faz cantar a Terra.

O Cordeiro que dá a tíbia e dá o odre e mais o chifre e mais as vísceras, e os transforma numa oferenda de sons.
Sagrado é o canavial, labirinto de quantos ventos, irmão de quantas vozes...
Sagrado é o fogo que encandesce o ferro que trespassa o tronco que fabrica o tubo que produz o Som.
Sagrada é a água que fecunda a terra que produz a lama donde nasce o vaso onde reteza a pele do animal sagrado. Tambor da vida.
Bélicos, os Olifantes trespassam a estepe no fulgor da Bárbara conquista.

A Invasão."

Gaiteiros de Lisboa